Países árabes importam calçados do Brasil a preços menores


Valor médio do calçado brasileiro exportado aos árabes recuou de US$ 8,30 para US$ 7,10.

Os países árabes importaram 2,1 milhões de pares de calçados brasileiros entre janeiro e setembro de 2021, registrando uma receita de US$ 15 milhões. Crescimento de 8,6% em volume e queda de 8% em receita na relação com igual período do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados). A disparidade se dá pela variação do preço médio do calçado brasileiro importado pelos países árabes, que caiu 15%, passando de US$ 8,30 para US$ 7,10 por par. Na pauta, se destacam os chinelos, que respondem por 33% do total embarcado. Atualmente, os Emirados Árabes Unidos respondem por cerca de 2,5% das exportações brasileiras de calçados (em pares) da região.

No total das exportações brasileiras de calçados, entre janeiro e setembro, foram embarcados 86,2 milhões de pares, que geraram US$ 618,5 milhões, incrementos de 33,7% em volume e de 26,3% em receita no comparativo com igual período do ano passado. O otimismo na área é explicado pela retomada das importações de calçados de alguns dos principais mercados internacionais para o calçado verde-amarelo, com destaque para os EUA e França.

Segundo Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados, os Emirados Árabes Unidos são mercado relevante para o calçado brasileiro. Tanto que foram eleitos prioridades do programa Brazilian Footwear, que visa incrementar e qualificar os embarques de calçados brasileiros para países potenciais. Eles são considerados uma grande porta de entrada para o produto brasileiro na região do Golfo, permitindo que o programa trabalhe os países do bloco de forma integrada. Ao longo do próximo convênio, que se inicia em 2022, o Brazilian Footwear desenvolverá ações que impactarão diretamente ou indiretamente a região.

Priscila Link, coordenadora de Inteligência no Mercado da Abicalçados, explica que a queda na receita de exportação se trata de um ajuste realizado em função da variação cambial. “Como tivemos uma valorização do dólar ante o real, e os custos das empresas são em reais, conseguimos reduzir o preço no mercado internacional sem a perda da rentabilidade”, acrescenta.

Enquanto no Brasil, o preço caiu. A média mundial dos preços dos calçados exportados, medidos em dólares, elevaram-se em torno de 3%, puxados, principalmente, por alguns países europeus e asiáticos. O euro e o iuane valorizaram-se ante o dólar em 2020. Além disso, a reorganização das cadeias de suprimentos, bem como o aumento do valor dos fretes internacionais impactam nos custos produtivos de grande parte dos países.

No entanto, os países que sofreram forte desvalorização das moedas domésticas ante o dólar, como o Brasil, Argentina, Índia, conseguiram reduzir o preço médio em dólar, mantendo sua rentabilidade em moeda local. No caso do Brasil, esse movimento permitiu um ganho competitivo e de participação em diversos mercados. De acordo com Priscila, a dinâmica dos preços praticados irá depender da trajetória dos preços dos insumos e demais custos produtivos e logísticos, bem como da evolução cambial internacional e da alteração, ou não, da pauta exportadora dos países.

Para o novo ano que se avizinha, assim como em 2021, as exportações devem ser o motor do crescimento do setor calçadista. Segundo projeções Abicalçados, em 2022 as vendas para o mercado externo, em volume, devem crescer 5,1%, ficando 7% acima do resultado de 2019. Em números fechados, o setor deve exportar 124 milhões de pares, seis milhões a mais do que a projeção de 2021. Com o resultado, o coeficiente de exportação – percentual da produção nacional exportado – deve passar de 12% para 14%.

Na análise de Priscila, existe uma retomada do mercado internacional, experimentada a partir do avanço da vacinação e a liberação do comércio internacional. Ainda em 2021, deve-se ultrapassar os níveis pré-pandemia, encerrando com exportações 25% superiores (em volume) em relação ao ano passado.

FONTE:Monitor Mercantil


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